quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Há dias assim...



Há dias em que acordo com vontade de engolir o mundo, de levar tudo à frente e sem olhar para trás, como um tornado a passar num bairro de casas com lindas cercas brancas.

Há dias que me apetece dar cabo de ti só com as palavras. Há dias em que cada vez que inspiras e expiras acabas com um pouco mais do meu oxigénio. Há dias em que gostava que fosses feito de uma outra massa, em que gostava que fosses feito de força e energia, em que gostava de me encostar no teu peito e sentir-me segura e protegida. No entanto, no teu peito bate um coração tão grande que cada batida tem um nome, um outro nome, vários nomes, vários perdões dos quais já nem te lembras a origem.

Há dias em que me apetece esmagar cada um desses perdões, cada momento em que te esqueces do que te magoou, com a ligeireza de quem perdoa e esquece.

Há dias em que gostava que tivessem tanto de reivindicativo com tens de generoso.

Tenho medo que o mundo te engula de tão frágil que és. No fundo, sou eu que te dou o meu peito para te sentires seguro e protegido. E eu, onde me poderei eu aninhar?

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